Desde 1992 a montadora sul-coreana atua no mercado brasileiro representada pela Kia Motors do Brasil que conta, além de sua sede, com um Centro Nacional de Distribuição de Peças - CNDP, onde mais de 67.000 itens originais para reposição estão estocados para atendimento a todos os modelos comercializados. Possui ainda uma rede de concessionárias distribuída estrategicamente, e em fase de reestruturação e expansão, por todas regiões do país. Mais de 100.000 unidades de veículos Kia já circulam com clientes brasileiros. Os modelos comercializados no país atualmente são o comercial leve Bongo, o compacto Picanto, os sedãs Cerato, Magentis e Ópirus, os utilitários esportivos Sportage e Sorento, e a minivan Carnival. A confiança na qualidade de seus produtos permite a Kia Motors comercializar a linha de passeio 2007 no Brasil com 5 anos de garantia sem limite de quilometragem e 10 anos contra perfuração de chapa. O comercial leve Bongo possui garantia de 3 anos ou 100.000 quilômetros.
A Kia Motors, juntamente com a Hyundai Motor Company, pertence à Hyundai Kia Automotive Group, a maior fabricante automotiva da Coréia do Sul e a sexta maior do mundo, com 3,76 milhões de veículos vendidos em 2006 (atrás de Toyota, GM, Ford, VW e DaimlerChrysler e à frente de Nissan, PSA - Peugeot e Citroën - Honda e Renault).
A Kia é uma das marcas que demonstram mais evolução nos estudos realizados pela conceituada consultoria americada J.D. Power and Associates. Desde o início do século 21, após crise que levou a sua aquisição pela Hyundai, a companhia começou a recuperar-se e a crescer novamente - grande parte do sucesso veio do mercado europeu e hoje a Kia é a companhia que mais cresce no continente, com destaque para o mercado britânico.
Nos EUA, o fenômeno parece se repetir. Segundo Jeff Brodoski, da consultoria J.D. Power, "a Kia e a Hyundai são as únicas que vendem aqui [nos EUA] e estão tendo sucesso pelos mesmos motivos que as japonesas. Destaco a qualidade, um fator nem sempre percebido no passado".
Em 2006, foram vendidas 72.557 unidades do Cerato (29,4% a mais que no ano anterior) nos Estados Unidos. Lá, ele compete no segmento de carros compactos (!) com Toyota Corolla (328.699), Honda Civic (316,638), Chevrolet Cobalt (211,449) e também Ford Focus, Nissan Sentra, Toyota Prius, Volkswagen Jetta, Saturn Ion, Pontiac G5, Suzuki SX4, e Volkswagen Rabbit.
Os índices Quality Ratings e Performance and Design Ratings da J. D. Power no segmento de carros compactos, mostra o Cerato (nos EUA é chamado de Spectra) bem classificado, apto à enfrentar a feroz concorrência.
As opiniões de proprietários que encontramos pela Internet também levam a crer que o carro é realmente muito bom, como as contidas na seção Teste do Leitor do site Best Cars e no site australiano Product Review (em inglês).
Para completar, conforme figura abaixo, o Cerato se saiu muito bem nas avaliações feitas pelo National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA), órgão de segurança no trânsito do governo americano.
No Brasil, entretanto, segundo dados da FENABRAVE, as vendas da Kia no primeiro semestre desse ano foram tímidas:
| Modelo (pos na categoria) | Vendas (% na categoria) | Categoria |
| Bongo K2700 (8/13) | 527 (2,75%) | Furgões |
| Picanto (6/7) | 500 (1,11%) | Monocab |
| Cerato Modelo Antigo (5/28) | 256 (5,53%) | Sedans Grandes |
| Magentis (12/28) | 139 (3,00%) | Sedans Grandes |
| Ópirus (18/28) | 63 (1,36%) | Sedans Grandes |
| Sportage (14/37) | 379 (0,88%) | SUVs |
| Sorento (17/37) | 338 (0,78%) | SUVs |
| Carnival (-/-) | --- (-,--%) | --- |
Apenas à título de comentário, e ignorando os critérios da FENABRAVE, discordamos das categorias nas quais alguns veículos da Kia foram incluídos:
- Bongo: é um caminhão leve, e não um Furgão.
- Picanto: é um compacto, porém foi inserido na categoria Monocab, juntamente com Honda Fit, Fiat Idea, GM Meriva, Fiat Doblô, Renault Kangoo e Mercedes Classe A.
- Cerato: ele deveria estar na categoria Sedans Médios (Honda Civic, Toyota Corolla, GM Vectra, Ford Fusion, Renault Mégane, Peugeot 307 Sedan, VW Jetta, Nissan Sentra, VW Bora, Fiat Marea, VW Santana) e não na categoria Sedans Grandes onde figuram, entre vinte e oito opções, Honda Accord, VW Passat, Toyota Camry e Peugeot 407, além de modelos da própria Kia, Magentis e Ópirus.
Com esse pequeno volume de vendas, alguns assuntos, como disponibilidade de peças e preço de revenda vêm à tona. No caso das peças, parece que a Kia arrumou uma boa solução. Criou um Centro Nacional de Distribuição de Peças em ITU/SP onde há um grande volume de itens originais em estoque para atender a demanda dos modelos comercializados no Brasil. Além disso, ao que parece, algumas peças já foram nacionalizadas, sendo produzidas por fornecedores de auto-peças locais. Não sei qual o atual índice de substituição, mas o fato é que o dólar com cotação abaixo de R$ 1,90, o preço das peças está na média do praticado no mercado. Porém, ajustes futuros no câmbio, poderiam aumentar significativamente o custo de manutenção.
Para manter a garantia de 5 anos, as revisões devem ser feitas a cada 10mil Km. Há também uma revisão aos 1mil Km, apenas para troca de óleo e ajustes que por ventura precisem ser feitos. Pedimos ao vendedor uma previsão do custo das revisões. A mais cara, a cada 40mil Km, fica em R$ 650,00. Bem razoável na minha opinião.
Quanto ao preço de revenda, é uma incógnita. Pode ser que o carro comece a vender bem e a depreciação diminua. Porém, pra ser sincero, não estamos preocupados com isso. Carro não é investimento e, pelo pouco que vimos até agora, iremos ficar com o Cerato por muito tempo. Até lá, será só diversão e aquela sensação de exclusividade.
Mesmo de posse de todas essas informações, como bom consumidores que somos, chegamos a considerar outras opções, como o Peugeot 307 ou o 207 Escapade, mas acabamos desistindo por um ou outro motivo. Pelo porte, performance, equipamentos, qualidade, garantia e preço, foi difícil encontrar outra opção que fosse ao menos razoável. O Cerato ganhou com folga.
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